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quinta-feira, 19 de junho de 2008

Franca na França: a cedilha não é um mero detalhe.

Franca na França: a cedilha não é um mero detalhe.

No ano passado, 2007, participei de um concurso de redação para universitários promovido pela Folha Dirigida, empresa jornalística sediada no Rio de Janeiro, e pela UNESCO-Brasil, organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, cujo tema foi “Como vencer a pobreza e a desigualdade”. Além do reconhecimento das 100 melhores redações enviadas, as quais compuseram uma coletânea trilíngue lançada a todos os países membros daquela organização, após um outro processo de seleção, foram escolhidos os cinco estudantes que receberiam o prêmio máximo daquele concurso: uma viagem a Paris!

Felicidade? Ainda não acredito que esta palavra possa significar suficientemente quão emocionante foi receber o resultado final e saber que eu participaria daquele tão restrito grupo que viajaria em maio de 2008. Alegria à parte, sabia que aquele momento não significava apenas um prêmio, algo como se ganha na loteria, sem qualquer contrapartida ou compromisso. O tema versava sobre algo muito caro a nós brasileiros e a viagem possibilitaria expandir horizontes em busca de um engajamento mais frutífero para vencer a pobreza e a desigualdade.

Certamente, é desnecessário descrever tudo o que a cidade Luz proporciona aos nossos olhos: pontos turísticos famosos, belezas antigas e modernas que se misturam harmonicamente, construções que por si só contam boa parte da história do homem, enfim, tudo o que um dos locais mais visitados do mundo possa oferecer aos turistas que nele se aventuram.

A um tupiniquim como eu, acostumado a pensar “o Brasil está em formação, somos uma sociedade recente”, ou “a nação brasileira ainda não é madura suficiente para imprimir valores universais a seus conterrâneos”, ao observar os rumos pelos quais os povos mais antigos, digam-se os franceses, estão traçando para sua sociedade neste mundo globalizado, cujos problemas freqüentemente transbordam os limites nacionais, vejo que em alguns aspectos estamos caminhando no sentido contrário ao deles.

Vejamos os problemas oriundos dos grandes centros urbanos. Poluição, transporte e qualidade de vida são temas que afetam diretamente os seus moradores. Medidas inteligentes e sabidamente eficazes fazem de Paris uma referência às cidades brasileiras. A despeito da riqueza da população, que certamente possui condições de adquirir veículos próprios, a cidade investe e incentiva formas públicas de transporte, como o sistema de ônibus e o invejável metrô parisiense, além das Velib, as bicicletas públicas que são um eficiente meio de transporte e de longe o mais limpo e econômico.

Os parques parisienses são outro diferencial. São locais cheios de vida, porque lá, de fato, a população faz uso deles como um espaço vital, integrados completamente a vida urbana. Penso: será que os parisienses estão dispostos a derrubarem seus prédios históricos para a abertura de grandes avenidas para que o trânsito flua melhor e seus carros possam ocupar mais espaço? Será que prefeririam grandes centros comerciais no lugar de seus parques atuais? Melhor do que ouvir as respostas deles é saber as nossas respostas diante do caminho que estamos trilhando.

Será que Franca, minha cidade, distante da realidade de Paris, não poderia seguir-lhe os passos em determinados aspectos? Vejamos nossas ruas, nosso trânsito: estamos construindo uma cidade para nossos carros! Pujança econômica? A riqueza, se não bem administrada, pode trazer mais problemas e agravar ainda mais os já existentes.

Todavia, tenho esperança e, acima disto, sou responsável pela participação da construção do meu presente. As palavras do diretor-geral adjunto da UNESCO, o brasileiro Marcio Barbosa, foram incisivas quanto a essa responsabilidade de todos nós universitários que fomos a Paris. Recebidos por ele na sede mundial da UNESCO, ouvimos que nossa principal contribuição ao tema proposto pelo concurso seria transcender ao discurso e procurarmos engajar nas atividades que desenvolvam a educação em nosso país.

Espero que esse não seja um compromisso apenas meu ou dos outros quatro que me acompanharam até lá. Espero me inspirar naquelas pessoas que já fazem trabalhos grandiosos nesse sentido e que muitas vezes não são reconhecidas. Espero...não, melhor, faço! Talvez esta seja a melhor palavra a ser usada daqui para frente.


Breno Achete Mendes – 4° Ano/Noturno do curso de Direito da UNESP/Franca

domingo, 8 de junho de 2008

Hummmm - Galeria Lafayette Gourmet


Jardim das Tulherias


sexta-feira, 6 de junho de 2008